Ao chegarmos ao final de 2025, o cenário global apresenta-se como um mosaico complexo de dor e esperança. Enquanto as luzes de fim de ano se acendem nas metrópoles, em diversas regiões do globo o brilho nos céus ainda é fruto de trajetórias balísticas e explosões. Este ano não foi apenas mais um ciclo de calendário, mas um período em que a justiça internacional e o multilateralismo foram testados em seus limites mais extremos.
1. O Panorama dos Conflitos: Cicatrizes Abertas
O balanço de dezembro de 2025 revela que, embora existam esforços diplomáticos sem precedentes, a paz permanece fragmentada:
- Leste Europeu: A guerra na Ucrânia, que se estende por anos, atingiu um ponto de exaustão mútua. As discussões de bastidores sobre a soberania territorial e o Direito Internacional Humanitário continuam sendo o grande entrave para uma paz duradoura.
- Oriente Médio: Após meses de intensa instabilidade, o anúncio de cessar-fogos mediados e planos de estabilização em Gaza trouxe um alento frágil. No entanto, a reconstrução da infraestrutura física e social exige uma justiça reparadora que vá além de simples acordos políticos.
- Crises Silenciadas: Regiões como o Sudão, a República Democrática do Congo e Myanmar encerram o ano com milhões de deslocados internos. Para estas populações, a “justiça de final de ano” ainda é uma promessa distante, soterrada por crises humanitárias de escala catastrófica.
2. A Justiça Internacional sob Pressão
Em 2025, o papel dos tribunais internacionais, como o Tribunal Penal Internacional (TPI) e a Corte Internacional de Justiça (CIJ), foi central. A grande questão que ecoa nos fóruns de Haia é: a lei é igual para todos ou a geopolítica dita o ritmo das condenações?
O ano termina com um apelo global por uma justiça não seletiva. Especialistas e organizações de direitos humanos destacam que a impunidade em um conflito serve de combustível para o próximo. A aplicação rigorosa das convenções de Genebra tornou-se, mais do que nunca, uma questão de sobrevivência para a ordem mundial.
3. O Dilema Ético do Fim de Ano
Há uma dissonância cognitiva inerente a este período. Enquanto o comércio global celebra o consumo, o “ajuste de contas” moral da humanidade parece estar no vermelho. A justiça, neste contexto, não se resume apenas a julgamentos em tribunais, mas à distribuição de ajuda humanitária e ao reconhecimento da dignidade das vítimas.
”A paz não é apenas a ausência de guerra, mas a presença de justiça.” — Este princípio nunca foi tão urgente quanto agora, quando vemos o sistema internacional operando em um modo de “improvisação” para conter crises simultâneas.
Reflexão Final
O encerramento de 2025 nos convida a entender que a justiça é um processo contínuo, não um evento. Para que 2026 não seja apenas uma repetição dos erros passados, é necessário que o compromisso com os direitos humanos supere os interesses nacionais imediatos. A verdadeira justiça de final de ano seria o presente da segurança para quem hoje só conhece o medo.
