O cenário geopolítico global em 2025 é marcado por uma persistência e, em alguns casos, intensificação de conflitos armados, sejam eles interestatais, guerras civis ou violência de alta letalidade não-estatal. A determinação exata do “número de países em guerra” é complexa, variando conforme a definição adotada (guerra formal, conflito de alta intensidade, ou violência letal generalizada). No entanto, relatórios de organizações internacionais especializadas apontam para um panorama preocupante, onde dezenas de nações enfrentam crises significativas.
Principais Focos de Conflito em 2025
Embora o número total de países envolvidos em algum nível de conflito armado possa ultrapassar a marca de 30 a 60, dependendo da métrica utilizada, alguns pontos críticos dominam a atenção global:
1. Europa e Eurásia
- Rússia vs. Ucrânia: Este conflito continua sendo o maior confronto interestatal na Europa em décadas. As projeções para 2025 indicam uma guerra prolongada e de alta intensidade, com consequências humanitárias e econômicas devastadoras, e sem um acordo de paz duradouro à vista.
2. Oriente Médio
- Gaza e a Crise Israel-Palestina: A situação na Faixa de Gaza e as tensões regionais subsequentes permanecem um foco de crise humanitária e militar. O conflito se estende para além de Israel e Palestina, com o envolvimento de grupos armados e a instabilidade em países vizinhos.
- Síria, Iêmen e Líbano: Estes países continuam a ser palcos de guerras civis, conflitos por procuração e áreas de instabilidade, muitas vezes caracterizadas pela presença de espaços sem um governo central efetivo (o que alguns analistas chamam de g-zero).
3. África
- Sudão: A guerra civil (iniciada em 2023) continua a gerar uma das piores crises humanitárias e de deslocamento do mundo, impulsionada por disputas de poder entre líderes militares.
- República Democrática do Congo (RDC): O leste do país segue com um ciclo de violência envolvendo grupos armados locais e atores regionais, ameaçando a estabilidade da África Central.
- Etiópia: Conflitos regionais e tensões internas persistem, impactando a segurança alimentar e o deslocamento populacional.
4. Ásia e Regiões Adjacentes
- Mianmar (Myanmar): A violência pós-golpe de Estado e os conflitos étnicos seguem em um nível extremo, sendo considerado um dos conflitos mais fragmentados do mundo devido ao grande número de grupos armados em atividade.
- Conflito Índia-Paquistão: Tensões recorrentes, especialmente na Caxemira, continuam sendo um risco latente de escalada interestatal.
Indicadores de Conflito de Alta Letalidade
Relatórios de organizações como o ACLED (Armed Conflict Event Location and Data Project) utilizam um índice para classificar a violência e o perigo nos países, considerando indicadores como:
- Letalidade: Quão fatal é a violência.
- Perigo para Civis: A intensidade da violência direcionada a não-combatentes.
- Difusão Geográfica: A proporção do território afetado por altos níveis de violência.
- Número de Grupos Armados: A fragmentação e proliferação de grupos em operação.
O ranking da ACLED para 2025 destaca, além de zonas de guerra declaradas (como Palestina e Síria), países que enfrentam violência letal e complexa impulsionada por grupos criminosos, insurgências e instabilidade política, como:
Posição (Exemplos) País (Exemplos) Tipo de Conflito Predominante1-3 Palestina, Mianmar, Síria Conflitos interestatais e guerras civis extremas4-6 México, Nigéria, Equador Violência organizada de grupos criminosos (cartéis, gangues, insurgências)7-10 Brasil, Haiti, Sudão, Paquistão
Conclusão e Perspectivas
O ano de 2025 se configura como um período de fragmentação geopolítica e elevados riscos globais, com o conflito armado entre Estados e a violência organizada permanecendo como as principais ameaças imediatas, segundo análises do Fórum Econômico Mundial.
A comunidade internacional enfrenta o desafio de lidar simultaneamente com guerras interestatais de longa duração (Ucrânia, Gaza), a emergência de novos conflitos (Sudão, RDC) e a intensificação da violência não-estatal em regiões críticas (América Latina).
